Reze para não morrer

No último dia 10 de outubro, na saída do Shopping Manaíra em João Pessoa, adolescentes mataram outro cidadão paraibano. O vídeo gravado pela câmera localizada na cancela, mostra o desespero da namorada e dos amigos na tentativa de salvar Suênio, que não resistiu e morreu no hospital. Este mesmo desespero toma conta de todos nós, vítimas diárias da insegurança, que vem crescendo em ritmo alarmante na capital paraibana. Quantos “Suênios” terão que morrer, serem assaltados ou mantidos reféns em ônibus e bancos, para se perceber que a Paraíba evoluiu, e por bem ou por mal cresceu, fazendo a violência, mero índice estatístico de outrora, agora residir tão próximo das nossas vidas cotidianas. O que mais assusta, é saber que nos  últimos quinze meses foram registrados mais de 600 homicídios, além de pouco mais de 11 mil roubos somente na região metropolitana de João Pessoa, e o atual governo não tem política de segurança pública, imagina que combater a criminalidade é comprar viaturas, fazer carreatas, tirar fotos e fazer publicidade. Os efetivos da Polícia Civil e da Polícia Militar estão defasados, e os aprovados nos últimos concursos destas instituições não são chamados, por mero capricho político do senhor José Maranhão. Longe do partidarismo pragmático que norteia a vida de muitos cidadãos, convém alertar que o Jardim do Brasil tem se transformado no quintal do medo, ao passo que estados vizinhos investem bem mais em segurança, quadrilhas estão se deslocando em reta direta em busca desta Paraíba ainda desprotegida. Outro fato  preocupante é ver que a juventude transviada de agora, não só rouba como mata com absoluta naturalidade, vítimas ou não do abandono social, esta é a dura realidade posta em prática. Num país em que cada um pensa primeiramente em si, e nesta conta coloque todos nós, seria uma utopia acreditar em dias melhores.

A Doçura Política

Ah, a política e sua genial satisfação quando tudo ocorre da maneira que desejamos. Mesmo cansado, ainda tive euforia ideológica para comemorar o resultado da última eleição. Afinal de contas, tive a alegria duplamente aumentada no encerramento do pleito. Após presenciar uma invasão a escola em que me encontrava, cometida pelos correligionários do candidato a Deputado Estadual em Pernambuco, José Marcos de Lima, tive a nítida visão do meu voto na urna eletrônica, voto este que até então era um mistério até para mim. O supracitado candidato, natural de São José do Egito, teve outra vez, mais uma derrota em seu município de origem, resultado de uma política bem feita ao longo dos anos, tendo sido deputado estadual e até mesmo governador momentaneamente em outras oportunidades, além de prefeito e mandatário de outros mandatos eletivos a frente da prefeitura de tal município. Contribuindo bastante para a estagnação e o crescimento político do povo da terra da poesia. Parece contraditório, mas entendamos que após esquecer sua terra natal e dela usurpar dias de progresso, nos ensinou da maneira mais árdua o poder do “NÃO”. E desta forma desde o fatídico 1996, não ganha e provavelmente não ganhará outra eleição, seja para o que for. Parabéns candidato por ter feito tanto pelo seu povo, mas principalmente por ter-lhes feito aprender o valor do voto. Parabéns também aos correligionários, criaturas em desenvolvimento intelectual, e por isso mesmo, sempre perdoadas, quando mudam de lado ao sabor do vento. Nada me causa mais alegria, do que relembrar vocês no sol do meio-dia, gritando, desrespeitando, e se auto-vangloriando de tal candidato. Por fim, para minha felicidade ser completa, bastou apenas oito mil votos de diferença, colocados pelo candidato da oposição ao governo da Paraíba, sobre o senhor José Maranhão, atual governador, líder disparado nas pesquisas, e senhor supremo deste Estado. Não que esteja algo ganho, mas ficar a frente da soberba e da hipocrisia no primeiro turno, já serviu pra lavar a alma de muitos concursados e de muitos estudantes, afinal de contas, nomear 36.000 comissionados em pouco mais de um ano de governo, esquecer quem honestamente sacrificou-se para ser aprovado em concurso público, sucatear as universidades estaduais e escolas públicas, seria demais em qualquer lugar, menos onde esse senhor habita. Não permita minha Paraíba. E que a urna continue assim, ruim para esses tipos de Zé.