Tenho feito versos, vez por outra.
Certas noites tenho adormecido acordado
Descobrindo novas pessoas e qualidades
Que possuem sempre as mesmas inverdades
Contadas sem sombra e sem cuidado
Diante de mim mesmo tenho calado
Calado tenho assistido, o filme repetir
São cenas e contornos sempre a subir
O degrau da mesma escada não pisado
Sendo tantos e ao mesmo tempo ninguém
Tenho feito, desfeito e refeito alguém
Que na manhã seguinte não é verdade
Reinvento o inevitável mais uma vez
E perco novamente a sensatez
Criando sempre uma nova realidade