terça-feira, 30 de agosto de 2011

Adriano e João Gabriel


Há “três meses” nasceu meu primeiro afilhado. E ainda atordoado pelo sentimento desigual de felicidade escrevo estas linhas. Porém, como uma história não se começa pelo fim, preciso refazer este caminho até aqui. Longe vai a data em que me tornei padrinho desta criança. Proclamei a bandeira da responsabilidade e me apoderei da “apadrinhagem”. Eis então que passo a relatar os meus motivos.  Ao sentar e olhar para trás depois de tantos anos percorridos entre alegrias e tristezas, o reconforto maior é poder acreditar nas amizades construídas. Verdadeiras fortalezas que nem mesmo o tempo poderá destruir. É poder abraçar e se sentir protegido. É ter a certeza de que nesta via de mão dupla, sempre nos encontraremos no meio do caminho. Mesmo que o caminho seja percorrido obrigatoriamente a 59 km/h ou voluntariamente a mais de 160. Não importa nem mesmo se a catapora tenta atrapalhar, a gente passa a maquiagem e segue em frente. No sentido até então totalmente desconhecido, pois aprender a dançar, a beber, a namorar requer prática; e as quedas fortuitas acompanhadas são mais fáceis de suportar. As histórias se repetem com os melhores amigos provavelmente há milênios, no entanto poucos possuem melhores amigos. Relatar tudo seria complicado, saudade é melhor guardada na prateleira do coração e uma amizade verdadeira é um bem para poucos. Por isso, a vinda de João Gabriel fortalece essa história e faz com que não sejamos esquecidos, mas prova principalmente que estamos apenas no início.


Ps: Apesar de não ser carta, vão algumas ressalvas:

1 - A foto com Adriano pelado tá meio estranha, mas em breve será atualizada.
2 - O blog ficou fora do ar alguns meses mas volta com tudo, a quem interessar.
3 - Os textos nem sempre são definitivos, sempre podem ser acrescentados e este com certeza será.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Legalização


A primeira união homoafetiva saiu da clandestinidade após o Supremo Tribunal Federal aprovar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Com a oficialização, os nubentes passam a ter direito de herança, planos de saúde e previdência. Intercalado com a liberdade sexual, a liberdade psicotrópica ganha ardores de uma guerra pública. Marchas se espalham pelos grandes centros a favor da Cannabis sativa, algo que de tão natural e difundido pelas grandes mentes pensantes nacionais passa a ter seu malefício reduzido apenas a fumaceira tão característica do cigarro. Na contramão do bom senso e da saúde, outro grupo luta pela legalização do aborto, uma busca por dignidade e liberdade corporal, mas transformada em ideologia religiosa. Eis que penso quão distante estamos da sociedade ideal. Bastaria apenas cada cidadão usar o bom senso, e obviamente como isto é querer demais, bastaria os legisladores, grandes estudiosos que são, terem bom senso. E quando digo bom senso não falo em nada que se relacione com preconceito ou a falta dele. Afinal de contas quem desejar também pode seguir o senhor Jair Bolsonaro e ser homofóbico ou racista ou católico e assim por diante. Digo apenas que sendo justo e digno de bom senso qualquer pessoa ter sua opção sexual, bem como qualquer mulher fazer o que bem entende com seu próprio corpo e neste caso específico vale uma ressalva, ser a favor da legalização não é ser a favor do aborto. Por fim, bom senso aos apologistas da maconha, quanta educação e controle social este país possui para liberar qualquer droga? Basta a droga da política praticada que renega futuro as novas gerações.

Ps: Mesmo não sendo carta, o bom senso repetido foi proposital.


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Paraíba


Ouvi falar que a Paraíba é a vergonha do nordeste. Por bons motivos eu poderia concordar. Moro a mais de uma década neste estado e vi de perto um retrocesso político, somente comparado ao querido Maranhão e seus Sarney`s. Entra governo, saí governo e nada muda. Na contramão da violência governamental está o povo paraibano, um povo realmente sem igual. Atencioso, prestativo, humilde e batalhador. Donos de uma simplicidade mal compreendida por seus próprios pares nordestinos. Sou pernambucano e me orgulho de assim o ser, sei o hino, sei a história, sei as falhas. Também sou paraibano e muito me agrada poder dizer isto, porem pouco sei sobre este estado. E este fato não se relaciona com o meu estrangeirismo, poucos paraibanos conhecem a Paraíba. O desconforto de ver uma cultura tão bela desprezada, materializa-se nos versos de Augusto dos Anjos, no batuque de Jackson do Pandeiro, nos livros de José Lins do Rego. Conheço este solo marcado a cada palmo do litoral ao sertão, da capital a caraúbas (cidade mais complicada de se chegar), são poucas as cidades que não vi a poeira levantar do chão, e em todas elas existia um paraibano para estender a mão. Diante de tanta dignidade, tento entender o motivo de tanto descaso. Que mal fez este povo, para merecer tanta ingratidão. Não me envergonha amar esta Paraíba, afinal de contas o que é o Estado, senão seu povo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Zé da Luz

Ainda no embalo da Poesia Matuta, Val Patriota declama majistralmente Zé da Luz

quinta-feira, 24 de março de 2011

Carta a Papai Noel

Luiz Campos

Seu moço eu fui um garoto,
Infeliz na minha infança,
Eu sube que fui criança,
Mas pela boca dos ôto,
Só binquei cum os gafanhoto,
Qui achava no tabuleiro,
Debaixo do juazeiro,
Cum minhas vaca de osso,
Essas catrevage seu moço,
Que se arranja sem dinheiro.

Quando eu via um gurizim,
Brincando de velocipe,
De caminhão e de jeep,
Bola, revóver e carrim,
Sentia dentro de mim,
Desgosto qui dava medo,
Ficava chupando o dedo,
Chorava o resto do dia,
Só pruque eu num pudia,
Pegar naqueles brinquedo.

E preguntei uma vez,
A uns fio dum doutor,
Diga fazendo favor,
Quem dá isso a vocês?
Me arrespondeu logo uns três,
_Isso aqui é os presente,
Que a gente é inocente,
Vai drumir, as vez nem nota,
Papai Noé vem e bota,
Perto do berço da gente!

Fiquei naquilo pensando,
Inté o natá chegar,
E na noite de natá,
Eu fui drumir me alembrando,
Acordei, fiquei caçando,
Por onde eu tava deitado,
Seu moço eu fui enganado,
Que de presente o que tinha,
Era de mijo uma poçinha,
Que eu mesmo tinha botado.

Saí com a bixiga preta,
Caçando os amigo meu,
Quando eles mostraram a eu,
Caminhão, carro, carreta,
Bola, revólver, corneta,
E trem elétrico inté,
Boneca, máquina de pé,
Mas num brinquei só fiz ver,
E resolvi escrever,
Uma carta a Papai Noé.

"Papai Noè é pecado,
Os outro lhe martratá,
Mas eu vou lhe arrecramá,
Uns troço qui ta errado,
Qui aos fio do deputado,
O sinhô dá tanto carrim,
Mas o sinhô é muito rim,
Que lá im casa num vai,
Pro certo num é meu pai,
Que num se alembra de mim!?

Eu já to certo qui você,
Só balança o povo seu,
E um pobre qui nem eu,
Você vê, faz qui num vê,
E se vê num sei purque,
Que aqui im casa num vem?
O ranchim a gente tem,
É pequeno, mas lhe cabe,
Pru certo você num sabe,
Que pobre é gente também?

Você de roupa incarnada,
Colorida, bonitinha,
Nunca arreparou que a minha,
Já tá toda remendada,
Seja mais meu camarada,
Pra eu não lhe chamar de rim,
Para o ano faça assim,
Dê meno pos fi dos rico,
De cada um tire um tico,
E traga um presente pra mim.

Meu endereço eu vou dá,
Da casa que eu moro nela,
Que eu moro numa favela,
Que o sinhô nunca foi lá,
Mas quando o sinhô chegá,
Que avistá uma palhoça,
Coberta com uma lona grossa,
E dois buraco bem grande,
Uma porta véia de frande,
Pode bater que é a nossa.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Paulo Matricó



Primeiro Cd de Paulo Matricó, conterrâneo pajeuzeiro de Tabira. Obra Prima difícil de encontrar. Se tem algum comentário a ser feito é o de ser simplesmente perfeito. Um agradecimento especial ao Poeta Jairo que sempre entoa no violão muitíssimo bem todas as vezes que paramos pra beber e escutar músicA em sua essência. Download clicando no imagem.

Música: Cabelo de Milho


Grandiosidade sem tamanho,
menestrel da cultura nordestina.
Comparado somente a si mesmo
por ser único.

Viva Sivuca





...Mas não faz mal
É tão normal ter desamor
É tão cafona sofrer dor
Que eu já nem sei
Se é meninice ou cafonice o meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão...



Cabelo de Milho

Tanta água no coco e o riacho tão seco e só
O cercado é de toco e o arado é de pedra e pó
Um cansaço na rede e uma sede de se estranhar
Sei lá...
Um olhar pra parede e uma prece pro céu chorar
Sei lá...

Se pudesse o céu chover só a metade do que chove no meu coração
Dava um lago pra beber e o chão virava neve de tanto algodão
Via o trapiá crescer e o gosto de rever moringa na janela
Tanto milho pra colher de nunca mais se ver o fundo da panela...



segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Imaginário

Tenho feito versos, vez por outra. 


Certas noites tenho adormecido acordado
Descobrindo novas pessoas e qualidades
Que possuem sempre as mesmas inverdades
Contadas sem sombra e sem cuidado

Diante de mim mesmo tenho calado
Calado tenho assistido, o filme repetir
São cenas e contornos sempre a subir
O degrau da mesma escada não pisado

Sendo tantos e ao mesmo tempo ninguém
Tenho feito, desfeito e refeito alguém
Que na manhã seguinte não é verdade

Reinvento o inevitável mais uma vez
E perco novamente a sensatez
Criando sempre uma nova realidade

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

I am not dog no

O jornalista Márcio Canuto (TV Globo) fazia uma reportagem no Museu de Zoologia de São Paulo, quando perguntou a um menino o que ele tinha achado do dinossauro.

Como a dicção de Canuto não é das melhores, o garoto não só confundiu os bichos como se sentiu ofendido também…







Via Kibeloco. 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

XÔ "FORRÓ"


Hoje como de costume em um raro momento de nostalgia coletando músicas antigas, me deparo com lembranças e sentimentos bem remotos. Relembrar os bons momentos não é tarefa das mais fáceis, sempre queremos lembrar mais do que a memória nos oferece, e por isso entendo e coloco a música como a segunda melhor invenção humana depois da roda, tendo em vista que o fogo é obra da natureza e mera descoberta. Determinadas músicas guardam momentos que nem mesmo os nossos sentidos mais apurados e bem treinados são capazes. Basta apenas aquele toque inicial seja da sanfona, do teclado ou até mesmo da guitarra no caso dos forrós, que oportunamente os reencontro agora após anos de esquecimento. Talvez esta volta ao passado, seja o inconsciente sufocado pelas composições atuais. Como eram boas as festas de Mastruz, Magníficos, Limão, Nada de Caju, e tantas outras verdadeiras bandas, que ao contrário do que você possa estar pensando não acabaram. Continuam sua saga, porem adaptadas aos aviões, saias e garotas que dizem fazer forró. É tanto danadão, safadão, pipocado, arretado e gordinho que tocam as mesmas músicas que dificilmente você identificaria a banda sem os codinomes dos seus interpretes. Diante de tamanha mudança, me pergunto onde foi que permitimos musicas de bombas nos cabarés, capins e vacas que não vão, não querem e nem podem serem sucesso? Agora eu vos digo como Job Patriota um dia retrucou, ah se o passado voltasse.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Mãe, palavra pequenina que cabe o infinito

Ama a tua Mãe

Ama a tua mãe, enquanto a tens e enquanto
O teu sorriso é o seu deslumbramento,
Porque nunca acharás quem te ame tanto
Assim, quem tanto sinta o teu tormento!

Que nunca a deixes ao esquecimento...
Lembra-te sempre, na existência, o quanto
Ela chora contigo este teu pranto,
E sofre muito mais teu sofrimento!

Ama-a, que um dia sentirás, por certo,
A ausência dela e, de saudades mudo,
Sofrerás na aflição deste deserto...

E chamarás, em vão, na estrada agreste
A quem te deu seu sangue, a vida, tudo,
Em troca dos trabalhos que lhe deste !

Autor Desconhecido
(Extraído do Livro A Excelência das Boas Maneiras)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Vida Maria

Retornando das férias, bronzeado e bem "sastisfeito" como diria o rei do universo, filho de Gorete, Jonathan Oliveira. Ainda tento entender os últimos acontecimentos no Sudeste e desta forma expressar minha opinião, por isso recomeço com um vídeo que possuo a algum tempo. Os comentários ficam a critério da avaliação pessoal de cada um.


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