terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O ser humano e suas idealizações de coletividade

Após a globalização e sua relativa aceleração na interação cultural global, onde grandes marcas ocupam os continentes, levando além de produtos, idéias e posicionamento social frente os indivíduos, o mundo como conhecíamos desapareceu. As barreiras sociais, étnicas e culturais foram ultrapassadas, e nem mesmo a China e seu totalitarismo resistiram ao capitalismo e seu fascínio. Praticamente em qualquer lugar deste planeta em que as pessoas possam se comunicar sem lanças ou tanques existe um estabelecimento da McDonald's, em contrapartida a Nike não possui mais fábrica no seu país de origem, e a Coca-Cola é mais famosa do que John Lennon. Entendendo que cada um de nós, vive experiências que nos tornam exatamente as pessoas que somos nada mais acontece por acaso. Estamos realmente sendo o resultado que o meio proporciona, por isso não se assuste se de repente você acordar algum dia ouvindo alguma melodia estranha ao seu repertório. Também não precisa pânico acaso descubra que suas roupas, hábitos e preferências mudam a cada mês. Somos as vitimas da vez. Pobres prisioneiros da cultura mais pop de todos os tempos. E leia pop no sentido exclusivamente norte-americano. Essa idéia de querer fazer ranking pra tudo que existe, acaba sensibilizando muitas mentes. O conceito do “Melhor” passou a ter novos paradigmas, e no mundo atual o melhor é o que mais vendeu, é o mais famoso, o mais caro e o mais bonito. Ou seja, agora temos súmulas vinculantes que nos obrigam a seguir o que a coletividade aclamou. Sendo assim, considere-se um sobrevivente se acaso você ainda goste de José Lins do Rego, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Luiz Gonzaga, Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Jessier Quirino, Chico Pedrosa e tantos outros, membros culturais das minhas experiências. Talvez apenas bons para mim, talvez desconhecidos para muitos. Porém únicos, sem comparações. E sobrevivente em nada se ralaciona com bom ou ruim, não sou melhor ou pior por gostar de A ou B. Apenas sinto saudade do tempo que cada um de nós gostava de algo por vontade própria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário