sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O pior cego...


Após ouvir Ricardo Teixeira (Presidente da CBF) e Carlos Arthur Nuzman (Presidente do Comitê Organizador da Olimpíada de 2016 e do Comitê Olímpico Brasileiro) afirmarem que acreditam totalmente na segurança organizada à base de esforços das três esferas governamentais, para os próximos eventos esportivos; pude enfim respirar aliviado diante dos últimos acontecimentos no Rio de Janeiro. Afinal de contas, esses dois senhores sensatos, conhecem bem a criminalidade e seus paradigmas, ou melhor, e suas empreiteiras. E sensato nada tem a ver com a notícia veiculada nos últimos dias em diversos canais de imprensa em que Ricardo Teixeira, atuando como pessoa física, é sócio da Confederação Brasileira de Futebol – CBF, (entidade a qual é presidente – ou dono) para formação do Comitê Organizador Local para a Copa de 2014, o COL.
O contrato social registrado na Junta Comercial do Rio de Janeiro prevê, divisão das cotas de participação na sociedade em 99,99% a CBF e 0,01% a Ricardo Teixeira. Prevê ainda, em seu parágrafo 1º, apesar das divisões, que, o sócio Ricardo Teixeira poderá decidir e endereçar eventuais lucros provenientes da Copa 2014 da maneira que bem entender. E entendendo-se que a copa terá um custo de 17 bilhões, entenda também como puder. Bem como sensato nada tem a ver com a intenção de Nuzman aumentar de forma exagerada a lista de restrições aos símbolos olímpicos, proibindo a utilização, mesmo que claramente não comercial, de termos como Olimpíadas e Jogos Olímpicos, a não ser com autorização expressa do COB e pagamento de royalties. Levada ao pé da letra, a restrição proposta do Nuzman poderia proibir mesmo a realização de Jogos Olímpicos escolares ou a já tradicional Olimpíada de Matemática. Além disso, o presidente do COB estenderia a lista de palavras restritas, incluindo termos como "Rio", "Rio de Janeiro", "2016" e até "medalhas" e "patrocinador". Ainda bem que o Senado Federal usou a sensatez e vetou tal projeto Nuzmaniano. Sem falar claro que esses senhores a mais de duas décadas não permitem que a democracia se faça presente nestas entidades. Agora me diga, num Brasil que precisa de infra-estrutura, de segurança, saúde, educação, de moradia digna, e políticos honestos, de que serve uma Copa e uma Olimpíada, senão ao interesse de poucos, bem poucos. E viva o Rio e seus pequenos problemas sociais.

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